quarta-feira, 30 de julho de 2008

Se os tubarões fossem homens - Bertold Brecht


por Bertold Brecht

Se os tubarões fossem homens, perguntou a filha de sua senhoria ao senhor K., seriam eles mais amáveis para com os peixinhos?

Certamente, respondeu o Sr. K. Se os tubarões fossem homens, construiriam no mar grandes gaiolas para os peixes pequenos, com todo tipo de alimento, tanto animal quanto vegetal. Cuidariam para que as gaiolas tivessem sempre água fresca e adoptariam todas as medidas sanitárias adequadas. Se, por exemplo, um peixinho ferisse a barbatana, ser-lhe-ia imediatamente aplicado um curativo para que não morresse antes do tempo.

Para que os peixinhos não ficassem melancólicos haveria grandes festas aquáticas de vez em quando, pois os peixinhos alegres têm melhor sabor do que os tristes. Naturalmente haveria também escolas nas gaiolas. Nessas escolas os peixinhos aprenderiam como nadar alegremente em direcção à goela dos tubarões. Precisariam saber geografia, por exemplo, para localizar os grandes tubarões que vagueiam descansadamente pelo mar.

O mais importante seria, naturalmente, a formação moral dos peixinhos. Eles seriam informados de que nada existe de mais belo e mais sublime do que um peixinho que se sacrifica contente, e que todos deveriam crer nos tubarões, sobretudo quando dissessem que cuidam de sua felicidade futura. Os peixinhos saberiam que este futuro só estaria assegurado se estudassem docilmente. Acima de tudo, os peixinhos deveriam rejeitar toda tendência baixa, materialista, egoísta e marxista, e denunciar imediatamente aos tubarões aqueles que apresentassem tais tendências.

Se os tubarões fossem homens, naturalmente fariam guerras entre si, para conquistar gaiolas e peixinhos estrangeiros. Nessas guerras eles fariam lutar os seus peixinhos, e lhes ensinariam que há uma enorme diferença entre eles e os peixinhos dos outros tubarões. Os peixinhos, proclamariam, são notoriamente mudos, mas silenciam em línguas diferentes, e por isso não se podem entender entre si. Cada peixinho que matasse alguns outros na guerra, os inimigos que silenciam em outra língua, seria condecorado com uma pequena medalha de sargaço e receberia uma comenda de herói.

Se os tubarões fossem homens também haveria arte entre eles, naturalmente. Haveria belos quadros, representando os dentes dos tubarões em cores magníficas, e as suas goelas como jardins onde se brinca deliciosamente. Os teatros do fundo do mar mostrariam valorosos peixinhos a nadarem com entusiasmo rumo às gargantas dos tubarões. E a música seria tão bela que, sob os seus acordes, todos os peixinhos, como orquestra afinada, a sonhar, embalados nos pensamentos mais sublimes, precipitar-se-iam nas goelas dos tubarões.

Também não faltaria uma religião, se os tubarões fossem homens. Ela ensinaria que a verdadeira vida dos peixinhos começa no paraíso, ou seja, na barriga dos tubarões.

Se os tubarões fossem homens também acabaria a ideia de que todos os peixinhos são iguais entre si. Alguns deles se tornariam funcionários e seriam colocados acima dos outros. Aqueles ligeiramente maiores até poderiam comer os menores. Isso seria agradável para os tubarões, pois eles, mais frequentemente, teriam bocados maiores para comer. E os peixinhos maiores detentores de cargos, cuidariam da ordem interna entre os peixinhos, tornando-se professores, oficiais, polícias, construtores de gaiolas, etc.

Em suma, se os tubarões fossem homens haveria uma civilização no mar.
Este conto encontra-se em http://resistir.info/ .

terça-feira, 29 de julho de 2008

Conheça nossas propostas







Nos propomos a fazer:
- Uma gestão transparente e atuante, onde todos os estudantes encontrem referência e se sintam parte da gestão;
- Por um DCE autônomo: não atrelado a partidos políticos e não submisso às decisões hierárquicas por parte da Instituição (Reitoria);
- Defender os interesses dos estudantes frente à crise da instituição, lutando para garantir qualidade de ensino, professores qualificados e manutenção dos serviços da universidade.
- Melhoria dos serviços prestados pelo DCE aos estudantes: atendimento qualificado com informações claras e objetivas, “xerox” de qualidade;
- Criar canais de comunicação do DCE, como informativos periódicos distribuídos em salas de aula, site interativo, programa na Rádio Unijui FM, e nos outros meios de comunicação da região;
- Uma diretoria do DCE articulada com as questões que dizem respeito ao cotidiano da vida dos estudantes, como o Ensino à Distância e os debates da UNE.
- Ocupar com coerência os espaços destinados ao DCE como o CONSU (Conselho Universitário), Conselho Municipal de Transito, Comissão de Bolsas da Instituição, CPA (Comissão Própria de Avaliação);
- Rediscutir o estatuto do DCE com os estudantes. O atual estatuto, proposto pela última gestão, obriga todos os estudantes a contribuírem financeiramente com o DCE. Além disso, o período de gestão, que antigamente era de um ano, passou a ser dois, o que achamos que é um tempo bastante prolongado para uma entidade estudantil.
- Incentivar a formação e a organização de DA’s e CA’s, valorizando-os como legítimos representantes dos cursos. Reativar o Conselho de DA’s/CA’s, que fiscaliza as atividades do DCE, e promover atividades conjuntas com os centros e diretórios dos cursos, como trotes solidários e eventos.
- Fortalecer o elo entre os estudantes e a comunidade a fim de promover fóruns, debates, oficinas e outras atividades que contribuam para o processo de vivência comunitária e ensino;
- Promover eventos culturais, artísticos, esportivos e de lazer, buscando criar parcerias com os grupos da UNIJUÍ, como o Coral, a Cia Cadagy e o Grupo de Teatro.


Propomos MOVIMENTAÇÃO para:

- Lutar contra o aumento das mensalidades;
- Em defesa do ensino de qualidade;
- Contra a superlotação de turmas;
- Aumento de Bolsas e auxílio aos estudantes bolsistas;
- Lutar contra o aumento do valor das passagens de ônibus, bem como pela melhoria dos horários de pico e por mais vale-transportes para os estudantes que necessitam estar em mais que um turno na Universidade;
- Mais investimentos à Biblioteca em acervos, filmes, periódicos e outros materiais;
- Lutar para preços mais acessíveis nas cantinas;

MOVIMENTAÇÃO - A FORÇA DA OPOSIÇÃO!


O Movimento Estudantil é uma sinergia de desejos e vontades dos estudantes, sejam universitários ou secundaristas, por melhorar as suas condições de estudo, como meio de construir cidadania. Há muito tempo já se descobriu que não dá pra fazer isso sem mudar o mundo a nossa volta. Ou seja, para melhorar a educação é preciso investimento em escolas, em universidades, livros, mas também precisamos de transporte, saúde, moradia e tantas outras demandas. Quando lutamos por isso, nos damos conta de que neste país muita gente passa fome; que muitos não conseguem sequer chegar à escola; ou quando têm acesso, o ensino é sucateado e depois, se quiser ir para uma universidade, precisa de muito dinheiro.
É para mudar esta realidade que os estudantes se organizam e constroem o Movimento Estudantil. Portanto, o DCE não é mera entidade, não é o prédio, não são os cargos. Toda esta estrutura existe para facilitar as atividades políticas dos estudantes; para fazer as informações circularem, para ter representantes nos espaços de decisão, que levem a voz dos estudantes há todos, de forma barulhenta, mas organizada. Precisamos dizer NÃO a um Movimento Estudantil morto e dizer SIM ao Movimento Multiplicador de ousadias e responsabilidades.
Aqui, na Unijuí, não temos visto nada disso. Sabemos que existe um DCE, sabemos que os estudantes são ativos em vários espaços, mas parece que o Movimento Estudantil caminha para um lado e o DCE para outro. Enquanto os estudantes se mobilizam contra o fechamento de turmas, reclamam das mensalidades, fazem abaixo-assinados contra superlotações nas salas de aula, o DCE só aparece em épocas de eleições; ninguém sabe quem são os dirigentes ou o que estão fazendo.
Por isso é chegada a hora de levar MOVIMENTAÇÃO a este DCE. Está na hora de o espaço de representação dos estudantes da Unijui fazer Movimento Estudantil de verdade. Para ousar é preciso opor-se; a crise gera movimento e é daí que surge a mudança.
Em oposição a este marasmo é que estamos propondo a MOVIMENTAÇÃO, que busca reunir a força do Movimento Estudantil, daqueles que querem lutar por melhorias nas condições de vida e de estudo nesta Universidade – e fora dela. Entendemos que hoje, a força do Movimento Estudantil é a Força da Oposição; por isso organizamos a CHAPA 2, e estamos dizendo claramente o que vamos fazer e o que vamos defender e assumimos nosso compromisso por um Movimento Estudantil mais vivo e atuante.

O que é o DCE para você?

Você sabe qual é o papel da UNE?